É certo que o contexto pandêmico abriu uma série de debates sobre os rumos da educação pública. Diante dos acúmulos dessas discussões no movimento docente e que se sobressaltaram na última Assembleia Geral da categoria, sistemizamos 13 pontos que sustentam o atual posicionamento do SINDUECE contrário a realização de atividades remotas.
1. Ter a total responsabilidade financeira e de recursos tecnológicos com equipamentos e acesso digital, além do uso de energia, banda larga de internet, acessórios que potencializem a transmissão ao vivo para desenvolver as atividades docentes;
2. Ser contabilizado o trabalho remoto como se fosse trabalho presencial, considerando que planejar e elaborar aulas remotas demanda mais tempo e necessidades de conhecimentos de aplicativos e recursos digitais, tornando mais complexo essa modalidade e se diferenciando das atividades presenciais;
3. Ausência de oferta de cursos de capacitação em “novas metodologias digitais” pelas universidades para o ensino;
4. Falta de apoio às/aos docentes e discentes em assessoria digital quando necessitam;
5. Ter no mesmo espaço da vida familiar e doméstica as atividades profissionais, sem que consigamos separa-las, pois temos limitação de espaço para todas/os da família que estão em trabalho e “ensino” remoto. “Mais valia” e aumento do trabalho das mulheres;
6. Dividir a atenção das atividades familiares no espaço da casa e no acompanhamento escolar da/os filha/os, que em geral era relacionado ao mesmo horário do dia quando estávamos nas atividades profissionais e as crianças nas escolas;
7. A dimensão territorial da atividade docente se expande, de modo que a abrangeria das turmas poderá contemplar um número maior de estudantes de inúmeros campi.
8. A ampliação de estudantes em face ao distanciamento na relação cotidiana com docentes ampliam as dificuldades de perceber as nuances subjetivas do processo de ensino e aprendizagem. Isso inibe a interação com perguntas e esclarecimentos e provoca um desgaste no acompanhamento dos conteúdos da disciplina;
9. As tecnologias e acesso digital que interferem na transmissão contínua com muitas interrupções com falhas e entradas e saídas na sala virtual, sendo necessário está sempre retomando os temas discutidos e isso provoca mais cansaço e desgaste na “aula”;
10. As preocupações com estudantes que não comparecem aos encontros remotos e não conseguimos ter contato;
11. A nova dinâmica de funcionamento acadêmico não aponta resolução para os novos desafios dele resultante, a exemplo das novas demandas de assistência estudantil a fim de condicionar a estudantes a permanência universitária e evitar exclusão.
12. Direitos trabalhistas que não são respeitados, tais como o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da categoria docente, com suspensão de pagamentos de férias, ascensões e promoções.
13. Pouca disponibilidade de tempo para produção acadêmica como artigos, participação em eventos, organização de capítulos de livros para publicação e outras modalidades de divulgação científica.