A partir do segundo semestre de 2019, a SINDUECE realizou em sete campi da Universidade Estadual do Ceará (UECE), na Capital e no interior do Estado, uma sequência de Pré-encontros preparatórios ao I Encontro Geral de Mulheres da UECE. Este evento aconteceu nos dias 12 e 13 de março de 2020, no campus do Itaperi, em Fortaleza, envolvendo estudantes, docentes e servidoras técnicas administrativas. Durante a realização desses eventos, vários foram os relatos de casos de assédio moral e/ou sexual enfrentados pelas mulheres no trabalho, na Universidade, na família e entre outros espaços.
Ao final do I Encontro Geral, foi consenso, entre outros encaminhamentos, a realização de uma Campanha educativa à comunidade acadêmica em apoio às mulheres e contra o assédio. Todavia, as deliberações do I Encontro Geral de Mulheres da UECE não puderam ser efetivadas imediatamente por conta do isolamento social, imposto pela quarenta decretada pelo Governo Estadual do Ceará, em 16 de março, dada a Pandemia de Covid-19.
Durante a Pandemia, tem sido anunciado o crescimento da violência contra as mulheres, como denuncia a Revista digital Istoédinheiro, de 09/04/2020, em reportagem que atesta o crescimento de 40% de aumento desses casos, em relação ao mesmo mês de 2019. No âmbito de nossa Universidade, nossa seção sindical também foi procurada por casos de violência contra professoras e estudantes. Dessa forma, convocamos uma reunião do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual – GTPCEGDS local, ocorrida no dia 27 de agosto, por via remota, contando com a presença de docentes de vários campi. Decidimos fazer a Campanha de forma virtual e lançarmos na reunião do Conselho Universitário (CONSU), ocorrida virtualmente no dia 31 de agosto de 2020, tanto pela simbologia, por se tratar do Conselho Superior da Universidade, como para manifestar solidariedade a uma professora conselheira que sofreu agressão verbal, na reunião anterior do referido Conselho.
Em consonância as lutas assumidas pelo ANDES-SN, por meio do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, questões Étnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual – GTPCEGDS nacional, a Cartilha “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negras/os, e das/os LGBT”, com segunda edição em 2017, alerta ser ” importante frisar que o assédio sexual pode ocorrer de homem para mulher, homem para homem, de mulher para mulher ou de mulher para homem. Entretanto, com o assédio sexual ocorre o mesmo que com o assédio moral: a maioria das vítimas são mulheres… Acontecimentos violentos como esses podem marcar profundamente a vida dessas mulheres” (ANDES, 2017, p. 42/43).
A SINDUECE afirma sua solidariedade e disposição de luta contra o assédio e qualquer outra agressão sofrida por mulheres, com a clareza de que é preciso desnaturalizar situações como interrupções das falas femininas, gritos e desqualificações verbais, “explicação” após a fala de uma mulher, como se ela não fosse capaz de se fazer entender. Situações em que se infantiliza as mulheres, tentando evidenciar descrédito intelectual, agressões verbais, físicas ou sexuais são violências e como tal, não podem ser toleradas!
Em sintonia com o trabalho exercido pelo Núcleo de Atendimento Humanizado às mulheres vítimas de violência na UECE (NAH), que acolhe e orienta quanto aos encaminhamentos possíveis em cada caso, a SINDUECE, em uma das ações do GTPCEGDS local, também disponibiliza apoio e orientação junto à assessoria jurídica de nossa seção sindical.
Na sociedade capitalista a estrutura do patriarcado, deve ser combatida interseccionada às lutas da classe trabalhadora e, ainda, contra a LGBTQIAfobia e o racismo. Construir uma sociedade justa, pressupõe uma sociedade humanizadora, em que todas/os possam com respeito mútuo, viver a liberdade!
Não deixe de denunciar
Central de Atendimento a Mulher: 180
Disque Direitos Humanos: 100
Delegacia de Defesa da Mulher: (85) 3108-2950
Casa da Mulher Brasileira: (85) 9 9992 0938 – (85) 9 9108 6538 – (85) 9 8740 8667
Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública: (85) 9 8560 2709 – (85) 9 9294 2844
Juizado da Mulher: (85) 9 8822 8570 – (85) 98597 7670
Ministério Público: (85) 9 9919 6723 – (85) 9 8563 3302
No âmbito da UECE, acione:
Núcleo de Atendimento Humanizado às Mulheres em Situação de Violência (NAH): nucleo.mulheres@uece.br
GTPCEGDS do ANDES na UECE/SINDUECE: (85) 3077-0058 – (85) 99969-0108