SINDUECE

Nota de solidariedade a professora Raissa Forte Pires Cunha

A SINDUECE vem a público demonstrar solidariedade à professora Raissa Forte Pires Cunha, do curso de Educação Física da Universidade Estadual do Ceará, que na última sexta-feira (8) sofreu ataque na internet de um deputado estadual cearense representante da extrema-direita.

Uma mensagem de Raissa, que havia sido enviada a alunos/as via internet para acolhimento no início do período letivo, foi capturada e divulgada por um deputado estadual do Ceará, representante da extrema-direia, que nas redes sociais expôs a escrita da docente acompanhada da palavra “Vergonha”. Isso porque a professora fez uso de pronome neutro para acolher todos, todas e todes da forma como se reconhecem. A postagem do parlamentar que destacava o uso da expressão “Sejam todes bem-vindes” foi acompanhada por diversos comentários ofensivos à docente.

Sabemos que a guerra cultural é uma das estratégias que a extrema-direita tem adotado no Brasil há alguns anos para ganhar espaço no debate público. Com iniciativas ultraconservadoras e negacionistas, representantes deste setor inundam a esfera política de polêmicas e ataques violentos ao que é diverso e democrático. Com a proximidade do período eleitoral, a diversidade linguística volta a ser um dos alvos prioritários de parlamentares que tentam ganhar visibilidade às custas da perseguição e do não reconhecimento a grupos historicamente discriminados.

Reiteramos nosso apoio à professora Raissa, bem como ao uso de uma linguagem inclusiva. Como bem analisa o professor Dr. Petrilson Alan Pinheiro da Silva, diretor associado do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, durante análise de projeto de lei que visa proibir “o uso de novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa em contrariedade às regras gramaticais consolidadas no país”, o uso da linguagem inclusiva não descaracteriza a norma culta da língua portuguesa: pelo contrário, promove a democratização dos usos da linguagem diante da diversidade de gênero da sociedade.

Assim, repudiamos o ato do deputado estadual e colocamos o Sindicato à disposição para os encaminhamentos que a docente avaliar como necessários.

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