Campanha salarial e regulamentação do semestre 2021.1 foram as duas pautas discutidas pela Diretoria da SINDUECE com o Conselho de Representantes em reunião realizada na última segunda (2). Com docentes da FECLESC, FAFIDAM, FAEC, CECITEC, FACEDI, Faculdade de Veterinária, CESA e do Centro de Humanidades, o encontro foi iniciado pela professora Virgínia Assunção, presidenta da SINDUECE, que aproveitou para saudar os e as participantes com poesia de Florbela Espanca e informes da atuação da Direção sindical no último mês. “Fizemos durante o período da pandemia e nesse ano especialmente muitas lutas em defesa da nossa reposição salarial. Também fizemos reuniões com a reitoria para acompanhar o porquê da demora e tivemos a conquista de destravar 49 processos que estavam há muito tempo travados em espaços de fora da UECE”, relatou Virgínia.
De acordo a presidenta da SINDUECE, a atual conjuntura tem exigido a luta pela garantia de direitos já conquistados que estão sendo ameaçados, como o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da categoria. “Tanta coisa que parecia correr como direito, como pressuposto fundamental, está sendo desmanchado, desmoronando. Por isso precisamos dessa luta articulada. Esse é nosso espírito, de estarmos atentos e fortes”, enfatizou. Para ela, é importante que a SINDUECE encaminhe junto ao Conselho de Representantes uma estratégia de comunicação voltada para pressionar o governo pela reposição salarial. Nesse sentido, uma breve apresentação foi realizada pela assessora de comunicação do sindicato, Raíssa Veloso, para compartilhar com os e as presentes o sumário da oficina realizada com a Diretoria, no dia 19 de julho, e com os representantes no Fórum das Três, no último dia 28.
Segundo estudo da Fundação SINTAF, servidores estaduais do Ceará têm acumulado 31,7% de perdas na remuneração durante o governo de Camilo Santana e assistido ao descumprimento da Lei no 14.867, que prevê a data base para reposição salarial do funcionalismo público no dia 1° de janeiro de cada ano. Para a professora Liana Brito, nesse contexto de crise e precarização da classe trabalhadora, é importante que os docentes da UECE, enquanto funcionários públicos, encaminhe a luta salarial com uma discussão ampla sobre a prioridade de investimento do Estado. “Precisamos resgatar o acúmulo do debate sobre como o Estado lida com os fundos públicos, mostrar a diferença do investimento dos recursos para serviços de infraestrutura, negociações financeiras, Educação e Saúde”, propôs. “É preciso que seja uma luta ampliada com as diversas categorias da Educação e os sindicatos do Estado do Ceará. Porque no fundo não estamos defendendo só nossos salários, mas a Educação de qualidade, gratuita, universal”, completou.
Para garantir o máximo de participação na definição da estratégia e aproveitar o já acumulado em outras campanhas salariais, a professora Geandra Cláudia sugeriu que a proposta da campanha fosse compartilhada com os representantes de centros e faculdades e na assembleia docente. Por isso, elogiou a sugestão da SINDUECE de realizar uma outra oficina de comunicação com o Conselho de Representantes, agendada para o dia 9 de agosto, e a iniciativa de agregar as três universidades estaduais no pleito. “Precisamos dialogar com nossa categoria com uma linguagem que alcance todos. Vamos precisar usar uma linguagem mais cotidiana para a gente conseguir gerar comunicação, sensibilização, impacto”, defendeu.
Na sequência, o Conselho de Representantes discutiu as últimas definições da UECE sobre a realização do semestre 2021.1, como a manutenção das aulas em caráter remoto e a redução na proporção de horas de trabalho no PAD. Na avaliação da professora Jaqueline Rabelo, da Direção da SINDUECE, a redução do PAD de 3 para 2 horas de planejamento em relação a cada hora de aula não vai agregar em quase nada para a oferta de disciplinas. “Gostaria de pedir um exercício a cada um e a cada uma que está aqui de um colegiado diferente: o que mudou na oferta com a redução do PAD? No meu colegiado mudou só uma disciplina e no geral vai mudar praticamente nada”, avaliou. Segundo ela, o principal será a universidade discutir a ampliação do tempo de integralização para permitir que os estudantes concluam a graduação.
O Conselho de Representantes encaminhou a realização de um ciclo de plenárias para contemplar os oito campi da Universidade Estadual do Ceará e ouvir docentes dos 12 centros/faculdades sobre o próximo semestre letivo da UECE (2021.1), que inicia no dia 20 de setembro. Veja o calendário de plenárias abaixo: