Iniciamos nossa greve em 04 de abril de 2024, após uma assembleia muito participativa, com representação de todos os campi da nossa universidade. Esse movimento foi acompanhado por docentes da base da Sindurca e Sindiuva e, no Ceará, criou um momento histórico com a paralisação de todo o ensino superior público, com a adesão da UFC, UFCA, Unilab e o IFCE ao movimento paredista nacional. Por aqui, ficou demonstrada influência do Camilo Santana nesse cenário, seja pela herança deixada como governador, seja pela sua condição como ministro.
A nossa greve também se somou à realizada pelas/os companheiras/os do Sindetran e nesse conjunto vimos o imaginável: a criminalização da greve e de seus dirigentes a pedido do governo do Estado. Elmano de Freitas, um homem forjado na luta dos movimentos sociais, endossa a judicialização contra trabalhadoras e trabalhadores, ao lançar ofensiva contra um direito constitucional, a greve.
Essa medida não nos intimidou, nosso movimento cresceu e se consolidou! Lutar por melhores salários, por mais docentes efetivos, por melhores condições de trabalho e por uma assistência estudantil digna e que garanta a permanência de nossas/os estudantes é o que tem nos movido nesse primeiro mês e nos levará a conquistas. Lutar não é crime!
Internamente, tivemos que enfrentar os riscos de corte de ponto e as interpretações dessa medida, com a possibilidade de exoneração de representantes da gestão e de quem estava em probatório. Ainda como resultado da indignação crescente, o movimento se insurgiu e mostrou sua força, resistindo. A Reitoria da Uece lança nota sobre o direito à greve e acena positivamente a um termo de acordo para reposição das atividades docentes que se mantém paralisadas. Esse movimento pôs fim aos receios e seguimos a luta.
A greve avança e as primeiras negociações ocorrem, após um encontro com o Governador Elmano de Freitas, na Reitoria da UVA, Sobral. Superada a resistência ao diálogo com o movimento paredista, estabeleceu-se a mesa de negociação com representação do Governo e das Direções das Seções Sindicais, em duas rodadas.
A primeira delas para detalhamento das pautas e a segunda, momento que durou mais 10h, para estabelecer um proposta que pudesse ser defendida pelas direções como condição para encerrar a nossa greve.
Em consonância ao movimento que se estabeleceu, a ampla maioria rejeitou a proposta e seguiremos em greve! A Direção da Sinduece, como tem feito até aqui, já iniciou movimentações para manter os canais de negociação e convocou o Comando de Greve para elaborar uma contraproposta a ser enviada ao governo e discutir ações que deem visibilidade ao movimento e nos reafirmem como grande movimento!
Foram 30 dias de intensa luta, conseguimos chegar aqui com mais força! A cada Assembleia Docente a ampla participação legitima a greve e consolida a mobilização em defesa da Uece e da nossa valorização!
Levemos nossa indignação e disposição de luta para os próximos dias, tantos quanto forem necessários, pois só a luta muda a vida!
Firmes na Luta!
Direção da Sinduece