Nesta segunda-feira (19), a primeira assembleia da SINDUECE aprova calendário de itinerância para os Campi do Interior para mobilização da categoria para uma possível deflagração de uma greve geral de docentes das universidades estaduais a ser discutida na próxima Assembleia Docente no dia 27 de março.
Carreira e Carência Docente
A pauta de discussão foi aberta, relembrando as/os presentes dos desafios postos para o ano de 2024, entre eles, a carência docente. O “maior concurso da história da UECE”, como assim é publicizado pela administração superior, criou o maior quadro de cadastro de reserva de todos os tempos. A situação foi agravada pela postura inerte da Reitoria em não prorrogar o contrato dos temporários e, ainda por cima, ter uma compreensão turva da função do Cadastro de Reserva. Diante da falha tentativa da Reitoria em tranquilizar a comunidade universitária sobre o semestre que está prestes a iniciar, o presidente ressalta que desde agosto de 2023 são feitos alertas, mas a situação foi ignorada pela administração superior.
Quanto à questão dos cargos, por não ter ocorrido a ampliação após a realização do último concurso, a Diretoria prevê que muito em breve haverá um congelamento da carreira. “Hoje, nós temos apenas 14 vagas para ascensão a classe Adjunto. E nós temos um déficit de 38 vagas para Associados”, relembra Nilson.
Perdas salariais
Além da carência docente e da carreira, atrela-se a isso o salário defasado da categoria que já acumula 35,07% de perdas salariais. Em campanha desde outubro de 2023, Nilson Cardoso relembra os momentos da campanha realizados até aqui, entre eles: presença assídua em atos e plenárias, divulgação massiva nas redes sociais, adesivaços em carros e lambes nas principais avenidas de Fortaleza.
Com isso, é lançado o convite para a classe docente estar presente em mais um ato de reivindicação pelo reajuste salarial que irá acontecer dia 21 de fevereiro, às 10 horas, no Palácio da Abolição, com o secretário da Articulação Política Waldemir Catanho (PT). A presença neste momento é salientada como relevante, por ter sido uma conquista da última pressão realizada no dia 02 de fevereiro.
Encaminhamentos
Diante de todos esses agravantes, a Diretoria propôs um calendário de itinerância pelos Campi do Interior para unificar a indignação e mobilizar as/os docentes de toda a UECE. Começando do dia 05 até 20 de março, passando por Canindé, Crateús, Tauá, Iguatu, Itapipoca, Quixeramobim, Quixadá e Aracati. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos/as presentes.
05 a 08/03 –
05 – Canindé (9h)
06 – Cratéus (17h)
07 – Tauá (9h)
08 Ato 8M – Fortaleza (14h)
13 e 14/03
13 – Limoeiro do Norte (19h)
Aracati (9h)
20 e 21/03
20 – Iguatu (8h)
20 – Mombaça (11h)
20 – Quixeramombim (16h)
20 – Quixadá (19h)
21 – Itapipoca (18)
Após a conclusão do calendário das plenárias supracitadas, ocorrerá a Assembleia Geral no dia 27 de Março às 14h para deliberar o indicativo de greve, com a possível deflagração de uma greve geral da categoria docente. Este movimento também está sendo construído em paralelo nas demais universidades estaduais, UVA e URCA.
As 18 pessoas inscritas para discurso compartilharam a necessidade latente da mobilização de toda a classe. “Em toda minha vida, em 35 anos de UECE, nunca vi isso”, defendeu uma professora de Serviço Social, em relação à falta de professores para as disciplinas do próximo semestre. Outros participantes também apontaram para a urgência de uma greve geral como única possibilidade restante, após todas as tentativas de diálogo e conciliação com o governo estadual em 2023.
A vice-presidente da SINDUECE, Raquel Dias, expôs a necessidade de se construir primeiramente a unidade. “A decisão de greve não vem de uma hora para outra, é preciso que este sentimento de greve vá tomando conta da categoria. Não pode ser tomado apenas pela diretoria, por uma, duas ou três pessoas. Essa indignação precisa se transformar em disposição de luta e começar a encher os auditórios”, reforçou Raquel.
A SINDUECE espera reencontrar todos e todas no dia 27 de março, às 14h com mais um e uma colega! Nossa mobilização só será possível se realizada em unidade, se mobilizamos uns aos outros: levem o debate aos seus centros, as suas coordenações, vamos replicar nossa indignação e o desejo de mudança no dia a dia. Vamos juntos e juntas construir a nossa vitória!