Com a aprovação pela base da SINDURCA, na última quarta-feira (29), agora docentes das três universidades estaduais do Ceará estão em Estado de Greve. A iniciativa da Seção Sindical no Crato segue o que já havia sido deliberado pela categoria em assembleias da SINDUECE, em Fortaleza, no dia 10 de março, e da SINDIUVA, em Sobral, no último dia 20.
O Estado de Greve é uma situação que é aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento poderão deflagrar uma greve. Momento de reflexão, debate e mobilização, pode vir ou não a culminar em uma greve, que é um instrumento legal e legítimo diante da falta de diálogo do governo.
Na pauta de reivindicação ao Governo do Estado está a recomposição salarial, já que os servidores estaduais acumulam 37,03% de perdas inflacionárias. “Há oito anos, nós que somos docentes das universidades estaduais do Ceará vemos nossos salários sendo achatados pela inflação. Infelizmente esse é um fenômeno que tem sido sentido pela maioria das carreiras do serviço público cearense sem que o Governo do Estado se posicione – pelo menos – para a manutenção dos vencimentos”, avalia a introdução do folder produzido pelo Fórum das Três para animar a nova fase da campanha salarial.
O descumprimento da data-base, prevista por lei para ser cumprida no dia 1º de janeiro de cada ano, também é ponto de reclamação dos docentes. Segundo os sindicatos, Camilo Santana havia sido o único governador do Ceará a descumprir a legislação, o que está sendo repetido agora por Elmano de Freitas.
Como deliberado pela assembleia docente, a SINDUECE intensificou as atividades da campanha salarial e iniciou na última quarta-feira (29) a promoção de plenárias em todos os centros e faculdades para discutir o Estado de Greve. O calendário de luta foi aprovado durante reunião do Conselho de Representantes, ocorrida na sexta-feira (24), e contempla todas as unidades da UECE no interior, culminando com assembleia docente na capital no dia 17 de abril. Antes, no dia 12 de abril, acontece ato unificado de diversas categorias do serviço público estadual para cobrar a recomposição salarial. A mobilização deve ser mantida ainda para pressionar o governo durante a Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP), marcada para o dia 24 de abril.