O reitor da Universidade Estadual do Ceará (UECE), professor Hidelbrando Soares, comunicou nesta quinta-feira (29) às diretoras e aos diretores de centros e faculdades que acordou com o Governo do Estado a realização de dois concursos públicos para professores efetivos. A informação já havia sido anunciada pela SINDUECE no dia 15 de julho após reunião com o reitor e seu vice, o professor Darcio Ítalo Teixeira. “Essa é uma vitória imensa para todas nós. O cenário na UECE está caótico com a enorme carência de professores e a Direção da SINDUECE tem feito reuniões frequentes com a Reitoria para cobrar a realização desses concursos”, comemorou a presidenta da seção sindical, professora Virgínia Assunção.
Segundo a mensagem do reitor, um primeiro certame será realizado ainda em 2021 para a reposição de vacância, que são as vagas liberadas após aposentadoria, exoneração ou falecimento de docente. “O Edital de 2021 de vacância, trabalharemos com a reposição das vagas do seu lugar de origem, Centros e Faculdades. (…) Esse vamos preparar o Edital para agosto”, explica o informe. O segundo concurso será realizado em janeiro do próximo ano e contemplará as carências e os novos cursos. Para a professora Jaqueline Rabelo, 2ª Suplente da Diretoria, é preciso garantir esse concurso não aconteça sem o edital de remoção interna, conforme previsto na resolução no 1440/2018. “O ideal é que o concurso seja realizado depois do censo de carência e é indispensável que se implemente o que está posto desde 2018. A remoção interna tem que acontecer”, defendeu.
Dados publicados no relatório “UECE em números” mostram que a universidade dispõe de 1.119 cargos para docentes, mas apenas 735 estão contratados com vínculo efetivo. “384 professores são necessários na universidade estadual e têm ingressado de forma precarizada através das seleções para substitutos e temporários. Então a gente pede que o governador Camilo Santana e as autoridades competentes da área da Educação se sensibilizem e queiram, na verdade, defender uma universidade pública que constrói conhecimento, pesquisa, que tem trabalho de extensão nas comunidades”, destacou Virgínia. A professora Sandra Gadelha, secretária-geral da entidade, lembra que entre as vitórias obtidas pela categoria com a última greve realizada, em 2016, estavam a nomeação dos 84 aprovados, o que foi feito, e o acordo de realização de concurso em três fases, o que ainda não foi concretizado. “O anúncio feito pelo reitor é fruto de nossas lutas que, afinal, já vêm desde 2016”, comemora Sandra.
Em mais uma frente de mobilização, no último dia 20, a SINDUECE se reuniu com um grupo de estudantes que estão organizando uma petição para cobrar do Governo do Estado a realização de concurso público para professores efetivos. Na ocasião, a Direção da seção sindical parabenizou os discentes pela iniciativa e se comprometeu em levar a proposta de apoio à iniciativa para discussão em assembleia geral. Além disso, a assessoria jurídica da SINDUECE ficou encarregada de estudar os meios possíveis para responsabilizar o Executivo estadual pela não realização dos certames.